O Grêmio divulgou um comunicado oficial nesta quarta-feira (14). Na manifestação busca tranquilizar sua torcida sobre o uso da Arena ao dizer que seguirá mandando os seus jogos no estádio. Essa garantia se deveria ao fato de que o Tricolor tem um contrato com a Arena Porto-Alegrense que estabelece o uso do estádio até dezembro de 2032 pelo clube gaúcho.
Porém, um capítulo específico da decisão de terça-feira (13), da Justiça de São Paulo, envolve o uso da Arena. A juíza Adriana Cardoso do Reis, da 37ª Vara Cível, determinou também a penhora do direito de superfície, ou seja, da utilização do estádio. A Arena Porto-Alegrense é a gestora.
Se o uso da Arena também for alvo de leilão, e se este bem for arrematado por outro ente que não o Grêmio, um novo imbróglio judicial irá surgir. Certamente, o clube gaúcho irá requerer seus direitos por ter um contrato com a Arena Porto-Alegrense.
- O Grêmio poderá utilizar a Arena, com segurança absoluta, até o final do processo de execução. Depois disso, somente com o conhecimento do resultado do processo, poderemos saber como proceder - destaca o conselheiro do Grêmio e advogado Gladimir Chiele, um dos envolvidos na negociação que conseguiu destravar as obras do entorno da Arena nas negociações com o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Outro conselheiro do clube ouvido pela coluna, que não quis ter seu nome revelado, acredita que uma das penhoras, a do estádio, será derrubada facilmente.
- O Grêmio, quando contratou com a OAS a construção da Arena, fez um contrato, onde a Arena não poderia, sob hipótese alguma, ser penhorada. Os três bancos que emprestaram dinheiro para a OAS tomaram conhecimento antes da concessão do empréstimo desta condição - avalia o conselheiro.
A coluna também procurou o próprio Grêmio. Até o momento, o clube não se manifestou.
Dívida
Banrisul, Banco do Brasil e Santander cobram R$ 226,39 milhões pela construção do estádio. O montante foi financiado pelas instituições para realização de parte da obra. Dos R$ 210 milhões financiados para a construtora OAS - hoje chamada de Metha -, R$ 66 milhões foram pagos.