Depois de quase uma década de parcos investimentos, enfim, a duplicação da BR-290 recebe recursos que poderão indicar um futuro diferente para os usuários da rodovia. Os R$ 174 milhões prometidos pelo governo federal, para serem repassados ao longo deste ano, representam o maior valor destinado para a obra desde que ela começou, em 2014.
Com este montante, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estima que será possível entregar quatro quilômetros de pista duplicada na região de Pantano Grande. Outros 10 quilômetros ficarão prontos até dezembro.
De acordo com o superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, engenheiro Hiratan Pinheiro da Silva, para que a duplicação dos 115,7 quilômetros possa ter prosseguimento, a projeção é que ainda serão necessários R$ 600 milhões. Entre 2014 e 2022, a obra recebeu aproximadamente R$ 157 milhões.
- A gente espera que continue a liberação do orçamento. Nós trabalhamos com isso. Para o próximo ano já pedimos mais de R$ 200 milhões para a BR-290. A tramitação depende das questões fiscais, que fogem da alçada do Dnit - destaca o superintendente, que concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (29) (ouça abaixo).
Se os recursos chegarem conforme a necessidade, a duplicação poderá ser finalizada em 2026. Porém, há risco da obra demorar ainda mais.
Os trechos 1 e 2, entre Eldorado do Sul e Butiá, enfrentam entraves burocráticos para execução dos trabalhos. Como a licitação foi realizada há muito tempo, e como as obras estão há muitos anos paradas, o Dnit aguarda parecer jurídico para saber se pode dar prosseguimento aos mesmos contratos. Se não for possível, será necessário realizar uma nova contratação, que deverá alongar os prazos ainda mais.
Desde que a duplicação começou só foi possível concluir um dos lados do viaduto de Pantano Grande e o viaduto de Charqueadas. A projeção atual indica que a duplicação será concluída ao custo de R$ 900 milhões.
A obra foi iniciada ao custo de R$ 583,55 milhões. Havia previsão de que a construção fosse concluída até outubro de 2017.
A partir do investimento com recursos públicos na BR-290, o governo federal deverá atualizar o projeto que pretende conceder a rodovia para a iniciativa privada. A ideia é que, com esse recurso, o valor do pedágio e a quantidade de praças de cobrança possam ser revistos.