Quem se planejou para sair ou chegar cedo pelo aeroporto Salgado Filho na manhã desta segunda-feira (20) enfrentou transtornos. A cerração adiou e cancelou voos.
O fenômeno climático é característico entre o outono e o inverno no Rio Grande do Sul, principalmente na região onde está localizada a pista. Diversos voos precisaram ser direcionados para outros aeroportos ou reprogramados para horários mais tarde.
Quando a Infraero era a responsável havia a comunicação que o terminal de passageiros da Capital fechava nestas condições. A partir de 2018, quando assumiu a função, a Fraport passou a informar que o aeroporto não mais fecharia. A decisão de pousar ou decolar partiria do piloto.
Porém, na prática, isso continua acontecendo. O que mudou foi a forma de comunicar o fenômeno. O aeroporto não fecha. Está sempre aberto. Mas, quando a Fraport anuncia que aeroporto está operando (ou operou) "abaixo das condições mínimas favoráveis" isso significa que ele não tem condições de ter pousos e decolagens.
Nesta segunda-feira, por exemplo, o aeroporto esteve "fechado" entre 6h30 e 8h30. Em abril, o sistema que auxilia às aeronaves foi religado. Chamado de ILS, categoria II - do inglês Instrument Landing System -, o equipamento se comunica com os aviões e permite operação mesmo em condições adversas. Ele havia sido desligado durante as obras de ampliação de pista.
Então, por que esse problema segue nos rondando? Por que, por vezes, a cerração é ainda mais forte do que o sistema instalado.
Há situações, porém, que a neblina é mais fraca e algumas aeronaves seguem seu destino e outras não. Isso ocorre porque a tripulação está treinada e o avião está equipado com o mesmo sistema do Salgado Filho. Há como, então, aprimorarmos ainda mais o sistema em funcionamento em Porto Alegre?
O aeroporto Afonso Pena, localizado na Grande Curitiba, chegou a ter o ILS-CAT III. Sua instalação, bastante onerosa, foi custeada pela Infraero. Mesmo assim, praticamente ele não era usado. Atualmente, segundo a CCR Aeroportos, o sistema em vigor é o ILS-CAT II.
O motivo? Os aviões precisam ter o mesmo sistema, as tripulações têm que estar treinadas. E isso é fato raro, pois demanda custo às companhias aéreas.
Como funcionam os CATs:
O sistema funciona por frequência de rádio e auxilia o piloto a centralizar a aeronave em relação à pista. Quando a cerração é fraca o ILS CAT I pode ser usado. Ele auxilia o piloto a chegar a 60 metros de altura quando este tem uma visibilidade de 800 metros. Se a visibilidade é menor, entra em ação o ILS CAT II, que opera em circunstâncias piores: quando o avião está a 30 metros do solo com apenas 300 metros de visibilidade à frente.