Já se passaram dois anos desde que o Internacional apresentou projeto para construção de duas torres no complexo do estádio Beira-Rio. O clube quer ter hotel, flat, apartamentos e escritórios. Também planeja uma galeria comercial, centro de eventos, estacionamento, marina e píer no Guaíba.
Porém, o caminho até o início das obras ainda é longo e imprevisível. Duas frentes estão abertas. Uma na prefeitura de Porto Alegre e outra na Câmara de Vereadores. Dessa forma, atualmente, é impossível prever quando o Inter conseguirá iniciar as obras.
Nesta quinta-feira (23) o assunto será tema de uma audiência pública online. O evento, proposto pela Câmara de Vereadores, está marcado para ocorrer às 19h.
O Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) já foi aprovado Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento da prefeitura. Porém, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental ainda não emitiu parecer favorável para homologação de Sebastião Melo pois pediu, primeiro, a realização desta audiência.
Concluída essa etapa, o Internacional precisará assinar o Termo de Compromisso com a previsão de medidas compensatórias. Também terá que encaminhar projeto arquitetônico para novo trâmite na prefeitura. Somente depois de aprovado o projeto, a obra poderá começar.
Mas o vice-presidente de Negócios Estratégicos do Internacional, Paulo Corazza, lembra que ainda é necessário aprovar um projeto de lei entre os vereadores. Ele foi protocolado em maio de 2019 e conta com três emendas. Uma primeira audiência pública, inclusive, já foi realizada.
A última tramitação da matéria ocorreu em agosto e ainda não tem previsão de votação. Antes, o projeto precisará passar por duas sessões de discussão.
O objetivo é desmembrar 2,5 hectares dos 15 hectares que compõem o complexo do estádio. Nela, é que serão realizadas as novas obras.
A divisão é importante porque, em 1956, quando a área foi doada ao clube, o local só poderia ser usada como "uma praça de esportes". Em 1988, uma lei deu nova redação a essa determinação, acrescentando que a entidade esportiva (Inter) não poderia utilizar o local para outro fim, "ressalvada a implantação de equipamentos e comércio de apoio ao fortalecimento de recursos financeiros para a entidade esportiva".