A remoção de 1,3 mil famílias da Vila Nazaré foi concluída na segunda-feira (12). Foram dois anos de muita negociação, e que permitiu que a Fraport pudesse anunciar a retoma das obras de ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho.
E a prefeitura está próxima de resolver outro grande impasse neste setor. A duplicação de 6,5 quilômetros da Avenida Tronco, projetada para a Copa do Mundo de 2014, e que tem previsão de término em dezembro de 2022.
Desde que a obra começou - em março de 2012 -, 1.458 famílias já conseguiram mudar de endereço. A última delas deixou a região na quinta-feira (15). A casa, na Avenida Moab Caldas, foi desocupada durante a manhã e os trabalhos de demolição ocorreram na sequência.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, essa casa desocupada faz parte de um núcleo com duas residências, que, juntas, depois de demolidas, darão condições de liberar mais 200 metros de obra da duplicação. A partir da conclusão das obras no local, será possível interliga-la a um trecho já executado de dois quilômetros.
- Demos mais um passo na busca por solucionar definitivamente o entrave relacionado a desapropriações e reintegrações no traçado da Tronco. Com estes avanços, é possível liberarmos novas frentes de trabalho - destaca o secretário-adjunto de Obras e Infraestrutura, Rogério Baú.
Segundo a Procuradoria-Geral do Município (PGM), restam ainda 12 famílias na região. Elas vivem em cinco imóveis a serem desocupados, três objeto de reintegração - a PGM já obteve decisões judiciais favoráveis autorizando as desocupações - e dois em processo de desapropriação - quando o proprietário precisa ser indenizado.
Apesar da obra estar bem atrasada, os últimos seis meses da obra apresentaram o maior avanço desde o início dos trabalhos, há quase 10 anos. De todo o traçado previsto, 1,7 quilômetro já está pronto. Dois quilômetros estão quase concluídos. Outros dois quilômetros estão em execução, com mais de 50% do serviço realizado.
Obra completará uma década
Integrante da lista de obras da Copa de 2014, a duplicação começou em março de 2012 e parou em outubro de 2016, por falta de recursos. Os serviços foram retomados em junho de 2018 e suspensos em julho de 2019, por atrasos no pagamento da construtora responsável.
Em fevereiro de 2020, a prefeitura solicitou para que a construtora Pelotense voltasse para a obra, pedido que foi atendido. O medo era que a Caixa Econômica Federal anunciasse o cancelamento do contrato por falta de execução de trabalho depois de dez meses parado.
A obra prevê o alargamento e urbanização de uma série de vias como Divisa, Cruzeiro do Sul, Moab Caldas, Silva Paes, Teresópolis e Gastão Mazeron desde as proximidades do Jockey Club até uma rótula em que a obra se bifurca: um ramo segue em direção ao Estádio Olímpico, e outro encontra a Terceira Perimetral.
Além da duplicação, a obra prevê drenagem, implantação de corredores de ônibus, ciclovia, sinalização e nova iluminação pública. O investimento chega a R$ 129 milhões. Desse total, R$ 62,42 milhões foram pagos.