Quinze dias depois da coluna ter noticiado que havia uma casa no caminho dos obras da nova ponte do Guaíba, o problema foi resolvido de vez. A imensa estrutura de concreto quase "engolia" o frágil imóvel de madeira, com uma pequena estrutura de tijolos.
Pouco mais de sete horas depois da divulgação, uma solução foi encontrada. Ainda não a definitiva, mas a que garantiu a continuidade das obras na Ilha Grande dos Marinheiros.
A casa do amolador de facas Jonas Alves do Amarante resistiu. Ela não estava embaixo da elevada. Mas o galpão que ele guardava seu cavalo e o material reciclado foi destruído por uma retroescavadeira.
Na quarta-feira (5), GaúchaZH esteve no local e constatou o avanço dos trabalhos. O consórcio Ponte do Guaíba conseguiu apurar o serviço e o trecho que apresentava um buraco por causa do galpão já está praticamente no mesmo estágio do que o restante da elevada.
O impasse durou aproximadamente quatro meses. A casa onde Amarante está morando foi ficando, ficando, até que foi a última a restar no local. A solução definitiva para Amarante ainda não ocorreu. O amolador de facas tenta na Justiça Federal conseguir do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) uma indenização para que ele também possa se mudar.
A construção da nova ponte do Guaíba é uma prioridade para o governo Bolsonaro. Tanto que as obras federais no Rio Grande do Sul tiveram corte de R$ 60 milhões em razão do combate ao coronavírus. Porém, a elevada não sofreu qualquer redução de investimento.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, espera ver parte da obra liberada até o final de outubro ou, no máximo, começo de novembro. O prazo é apertado.
O trecho da nova ponte que envolve a construção de um viaduto, na chegada da região do Saco da Alemoa, está mais atrasado e há risco de não ser finalizado neste período, o que adiaria os planos do ministro, que inclusive quer trazer o presidente Jair Bolsonaro na inauguração.
Em menos de três meses, o consórcio também precisa realizar toda a pavimentação, pintura e sinalização da parte que será liberada ao tráfego.
Se tudo transcorrer dentro do prazo estabelecido, penas as alças que não dependem da remoção das 500 famílias que ainda faltam ser removidas é que deverão ser concluídas. Dessa forma, quem está se deslocando de Eldorado do Sul para Gravataí, ou no sentido contrário, é que poderá passar pela estrutura. Também será possível se deslocar entre a Avenida Castello Branco e a zona sul do Estado, em ambos sentidos.
Já o término das alças que dependem da retirada de 500 famílias das vilas Areia e Tio Zeca segue indefinido, pois sequer foram iniciadas as audiências de conciliação na Justiça Federal.
Aproximadamente 90% dos serviços previstos para a travessia já foram realizados. As obras começaram em outubro de 2014 e deveriam ter sido concluídas em três anos.