Uma pequena casa de madeira, embaixo da nova ponte do Guaíba, tem resistido às obras. A imensa estrutura de concreto quase está "engolindo" o frágil imóvel de madeira, com uma pequena estrutura de tijolos.
Ela está localizada na Ilha Grande dos Marinheiros. Na manhã de terça-feira (22), a coluna tentou conversar com o homem que a ocupa, mas não havia ninguém na residência.
De acordo com o padre Rudimar Dal Asta, conhecido no Arquipélago por seu trabalho social com a comunidade, o ocupante da residência não está conseguindo receber auxílio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele não deverá receber indenização porque não participou do cadastro que foi realizado pela autarquia em 2014. Segundo Dal Asta, já houve uma tentativa de retirada deste homem do local, mas a remoção foi adiada.
Aproximadamente 500 casas foram retiradas do traçado da nova ponte no lado das ilhas, a partir da realização de audiências de conciliação. Segundo a Justiça Federal, o homem que ocupa essa propriedade realmente não tem direito à indenização. Essa pessoa é considerada invasora posterior à remoção dos ocupantes originais. O verdadeiro proprietário já foi indenizado e recebeu uma nova moradia.
O consórcio Ponte do Guaíba não quis se manifestar sobre o assunto. Já o Dnit informa que a imissão de posse foi expedida na sexta-feira (17) e agora só resta executar a determinação judicial para retirá-lo e, posteriormente colocar abaixo o imóvel. A promessa da autarquia é que, em poucos dias, o terreno estará liberado.
Segundo o departamento, o fato de a casa ainda não ter sido retirada não irá interferir no cronograma recentemente divulgado. A expectativa do Dnit é liberar a estrutura principal da nova ponte ao tráfego até novembro, restando apenas a construção de algumas alças de acesso. Inclusive, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, informou que planeja trazer o presidente Jair Bolsonaro ao Rio Grande do Sul para essa inauguração parcial.