O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ofício ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pedindo que a autarquia responda, em 10 dias úteis, quais serão as soluções que serão adotadas para corrigir um trecho de 200 metros da nova ponte do Guaíba, que foi construído 44 centímetros mais baixo do que previa o edital. O ponto em questão fica no Canal Furado Grande, entre a Ilha do Pavão e Ilha Grande dos Marinheiros.
Este é o segundo adiamento de prazo. No começo do mês encerrou-se o tempo dado pelo próprio Dnit ao MPF para concluir investigação sobre o assunto. O processo dentro da autarquia está parado há aproximadamente 45 dias.
Em julho, o Núcleo de Controle da Administração do MPF instaurou um procedimento chamado Notícia de Fato, para avaliar se houve alguma irregularidade na decisão de construir o trecho com uma altura menor. O procurador da República Enrico Rodrigues já informou que, se o processo aberto pelo Dnit não esclarecer os fatos, uma equipe técnica do MPF irá analisar os procedimentos adotados.
Em 29 de março, a Ecoplan Engenharia - contratada para fazer a supervisão da construção - oficiou o Dnit avisando que o trecho foi construído diferente do que foi previsto originalmente. O departamento ainda não informou se o trecho terá que ser corrigido ou se irá aceitar um estudo diferente do que o que previa a licitação.
Este levantamento que foi usado pelo consórcio responsável pelas obras, formado pelas empresas Queiroz Galvão e EGT Engenharia, foi feito pela prefeitura de Porto Alegre e embasou o projeto do reassentamento dos moradores das ilhas. Tanto o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, quanto o diretor-geral do Dnit, general do Exército Antônio Leite dos Santos Filho, negam que houve alguma irregularidade na obra.
Ainda em julho, a construtora Queiroz Galvão retomou o trabalho na região. A obra ficou quatro meses parada por decisão do Dnit e a construção foi reiniciada após pedido da empresa executora da elevada.