O procurador da República Enrico Rodrigues está acompanhando a obra da nova ponte do Guaíba. Em julho, o Núcleo de Controle da Administração do Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento chamado Notícia de Fato, para avaliar se houve alguma irregularidade na decisão de construir um trecho de 200 metros, no Canal Furado Grande, mais baixo do que o determinado no edital.
Rodrigues já fez algumas solicitações de explicações ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas não tomará alguma decisão por enquanto. O procurador informa que está aguardando a conclusão de um processo administrativo que foi aberto dentro da autarquia.
A investigação pretende esclarecer os apontamentos feitos pela Ecoplan Engenharia. A empresa fiscalizadora da obra da nova ponte identificou discrepâncias entre os estudos que embasaram a licitação e o projeto elaborado pelo consórcio Ponte do Guaíba, contratado para elaborar e construir a estrutura.
Se o procedimento aberto pelo Dnit não esclarecer os fatos, o procurador informa que poderá usar a equipe técnica do Ministério Público Federal. Externamente, a autarquia não comenta o caso. Há mais de duas semanas, a assessoria do departamento desconsidera os pedidos de informações solicitados pela coluna.
De acordo com moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, as obras no trecho do Canal Furado Grande estão paradas desde abril. O único trabalho que prossegue na região é a retirada de famílias que estão no traçado da ponte.
Em junho, o Dnit autorizou o consórcio a retomar parcialmente os trabalhos no trecho de 200 metros. Mesmo com essa autorização, a autarquia ainda não decidiu se o trecho terá ou não que ser corrigido. Enquanto ainda avalia o que irá fazer, o Dnit determinou que o consórcio Ponte do Guaíba execute a instalação de novas vigas na estrutura.
A autorização atende pedido das empresas. O consórcio afirma que ainda há serviços a serem feitos mesmo que, no futuro, o Dnit decida por elevar essa parte da ponte. A autorização neste momento evitaria atrasos ainda maiores no cronograma das obras, segundo o consórcio.