O ritmo dos trabalhos em 50 quilômetros da duplicação da BR-116, entre Guaíba e Tapes, dá confiança para o Exército, que acredita que conseguirá entregar a sua parte na obra antes do prazo previsto. Contratualmente, a previsão é entregar toda a obra em 2022. Segundo o chefe do Comando Militar do Sul, general Geraldo Antônio Miotto, os primeiros trechos duplicados começarão a ser liberados para uso a partir do ano que vem.
- Nós temos um contrato até fevereiro de 2022. Mas nós vamos entregar antes , disse Miotto em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (18).
O comandante lembrou que a nova pista precisa receber três camadas de asfalto, que chegarão a ter 14 centímetros de espessura. Porém, quando a primeira etapa estiver concluída, o Exército irá reivindicar ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que libere os trechos.
- Estamos na BR-116 porque nós nos oferecemos para trabalhar nesta obra. Demorou um pouco para assumirmos. O Exército tem obrigação, como é uma instituição nacional permanente, de proporcionar segurança para as pessoas. O Exército não tem hora extra, não tem fim de semana. Nós temos horário para começar, mas não para terminar - ressaltou o general.
Miotto comentou também que um dos primeiros trabalhos que foram realizados pelo batalhão foi retirar material da base do asfalto, que não estava com boa qualidade, e refazer o trabalho em alguns trechos. O comandante disse não saber se o problema foi causado pela má aplicação ou pelo longo tempo de que o asfalto ficou exposto. A duplicação no trecho de 50 quilômetros ficou três anos parada.
Mas a primeira obra de responsabilidade do 1º Batalhão Ferroviário do Exército que ficará pronta é o viaduto de acesso a Barra do Ribeiro. A elevada deverá estar liberada para uso até o fim do ano. Falta ainda construir um dos lados e os acessos do viaduto.
Sobre a possibilidade de assumir novas obras, o general comentou que, por enquanto, nada foi tratado com o Dnit. Mas comentou que essa possibilidade pode ser viabilizada. Porém, o Exército precisaria terminar obras que já executa em outras regiões do Brasil para ter maquinário e operários suficientes para a atividade.
A duplicação neste trecho era de responsabilidade da construtora Constran. Em recuperação judicial, a empresa não conseguiu obter o seguro garantia para retomar o contrato e teve seu contrato rescindido com o Dnit em 17 de dezembro de 2018. As obras serão executadas ao custo de R$ 207,47 milhões. Segundo o Dnit, todos os nove lotes da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, estão com obras em andamento, sendo dois deles pelo Exército.