No dia 19 de setembro comemorou-se o centenário do educador Paulo Freire. Conhecido e reconhecido no mundo inteiro, seu método de alfabetização propõe a libertação através de uma conscientização política e que vai muito além da mera decodificação de códigos linguísticos.
Tornaram-se recorrentes os discursos de ódio da ala bolsonarista ao trabalho de Freire. Na semana passada, no entanto, a Justiça federal no Rio proibiu o governo federal de ferir a dignidade do patrono da educação brasileira. Constantemente atacado pelo presidente e seus fiéis seguidores, Paulo Freire não é só o maior educador do Brasil, mas do mundo. No dia do seu centenário, o Google fez uma homenagem a Freire na sua logomarca.
Em 1963, Paulo Freire inicia seu método que levava em consideração a experiência de vida dos alunos no processo de aprendizagem. Um método revolucionário. Neste mesmo ano, Freire tornou-se professor numa escola cujos alunos eram cortadores de cana. Em 45 dias, o educador alfabetizou 300 pessoas.
A experiência chamou a atenção do então presidente João Goulart, e Paulo Freire foi convidado para coordenar o programa nacional de alfabetização. No entanto, com o golpe de 1964, Paulo Freire foi preso e teve de se exilar no Chile. Começa aí a internacionalização de seu método. Foi convidado por vários países para apresentar seu projeto de educação para jovens e adultos e ganhou mais de 30 títulos de doutor honoris causa em universidades ao redor do mundo.
Com todo o reconhecimento mundial, por que o educador é atacado pela onda ultraconservadora? Por um simples motivo: porque incomoda aqueles que elegeram a ignorância como bandeira. Incomoda aqueles que escolheram armas ao invés de livros. Paulo Freire incomoda porque faz pensar. E quem pensa tem posicionamento crítico, ou seja, tudo aquilo que o governo de Jair Bolsonaro não quer.
Aliás, o único projeto de educação do governo atual é querer transformar a população num grande rebanho bovino.
Não conseguirão, Paulo Freire é muito maior do que uma onda conservadora. Eles passarão, Freire permanecerá.