Jeferson Tenório
Duas coisas me salvaram da minha infância difícil: a solidão e as palavras. Fui uma criança que gostava de estar só. Cultivava o isolamento como uma espécie de proteção. Não tinha vontade de interagir com as outras crianças. Ainda que eu não estivesse alfabetizado aos seis anos, lembro de criar histórias e de conversar com personagens. A imaginação me deu uma segunda chance. A palavra era tudo que eu tinha. Agarrei-me a ela e me tornei escritor. Mas até que isso ocorresse, descobri, a duras penas, o quanto o mundo contava histórias que raramente me representavam.
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