Em uma carta endereçada ao presidente do Comitê de Justiça do Congresso dos Estados Unidos, Jim Jordan, Mark Zuckerberg admitiu nesta segunda-feira (26) que a Meta cedeu a pressões do governo de Joe Biden para censurar conteúdos relacionados à covid-19 em 2021. O termo foi escolhido por ele, não por esta colunista: censura.
As postagens, segundo ele, incluíam conteúdo de humor e sátira, e houve “muita frustração” dos representantes oficiais quando a Meta não concordou com a retirada. Ele não especificou em quais redes os conteúdos foram ocultados - a Meta é dona do Facebook, do Instagram e também do WhatsApp.
“Em última análise, a decisão de retirar ou não o conteúdo foi nossa, e somos responsáveis por nossas decisões, incluindo as mudanças que fizemos relacionadas à COVID-19 em consequência desta pressão. (...) Fizemos escolhas que hoje não teríamos feito. (...) Estamos prontos para resistir caso isso aconteça de novo”.
Zuckerberg também admitiu que, no ano anterior, 2020, a Meta havia removido temporariamente conteúdo sobre denúncias de que Hunter Biden, filho do presidente, tinha conteúdo pornográfico em seu laptop. Segundo ele, a ocultação aconteceu apenas enquanto checadores conferiam se a história era verdadeira ou não (era), mas que a política da empresa foi modificada, e outros conteúdos não aguardarão por checagem "escondidos”.
A carta foi publicada no perfil do Comitê no Facebook, comemorando: “Grande vitória da liberdade de expressão”.
Em nota, a Casa Branca disse que, durante a pandemia, "encorajou atitudes responsáveis para proteger a saúde e segurança públicas", e que acredita que "as empresas de tecnologia precisam levar em consideração os efeitos de duas ações para a população norte-americana, quando fazem escolhas independentes sobre as informações que apresentam".
Afinal, foi censura?
Sim. Ocultar conteúdo legítimo, mesmo que satírico, que não contenha mentira, calúnia ou desinformação, na opinião desta que vos escreve é censura.