O Rio Grande do Sul ocupa hoje o segundo lugar em redução de tropas dentre todas as polícias militares do país. Em 10 anos, o número de PMs gaúchos passou de 23,1 mil para 17,9 mil, redução de 22,5%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e fazem parte da pesquisa inédita Raio X das Forças de Segurança Pública do Brasil.
O primeiro lugar em redução do efetivo de PMs fica com o Distrito Federal, que perdeu 31,5% das tropas entre 2012 e 2023.
No caso da Polícia Civil, o Rio Grande do Sul até teve aumento no efetivo, de 17%. Eram 5.540 policiais civis há 10 anos e hoje são 6.510.
O levantamento não leva em conta o crescimento populacional, de tal forma que o número de agentes continua insuficiente. Em outros Estados a realidade é bem mais cruel. O Rio de Janeiro perdeu 25,3% do contingente da Polícia Civil. Rondônia, 30,6%.
O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, delegado Sandro Caron, faz, discretamente, uma ressalva ao estudo divulgado. Ele lembra que os bombeiros, em 2013, ainda faziam parte da Brigada Militar. Ou seja, parte da redução no efetivo seria devida à saída do Corpo de Bombeiros do guarda-chuva policial militar. Algo que se repetiu em outros Estados do Brasil, aliás.
O estudo do Fórum Brasileiro da Segurança Pública mostra que as polícias militares encolheram em quase todo o país, com efetivo total 6,8% menor que o de uma década atrás. Já as Polícias Civis e peritos estaduais tiveram redução de 2% em seu pessoal no mesmo período.
O Brasil tem hoje 404.871 policiais militares e 95.908 policiais civis, além de 17.991 peritos criminais, conforme o estudo. Ao todo, 796.180 profissionais integram as forças de segurança do país. Eles estão divididos em 10 corporações.
O maior problema é nas PMs. O Brasil tem hoje apenas 69,3% do efetivo desejável para as PMs, que seria em torno de 584 mil. O estudo aponta que o Brasil tem, em média, dois PMs para cada mil habitantes _ nos Estados Unidos, esse número varia de 1,8 a 2,6 policiais de rua por 1 mil habitantes, segundo a Associação Internacional de Chefes de Polícia (IACP). Nas Polícias Civis, investigativas, o efetivo desejável seria de 152 mil, mas só 95 mil estão preenchidas (63,5%).
O que diz a Secretaria de Segurança Pública do RS
"Sobre a comparação entre o efetivo de policiais militares do Rio Grande do Sul de 2013 e 2023, trazido pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a Secretaria da Segurança Pública do RS aponta para o fato de que boa parte da aparente queda de efetivo diz respeito aos bombeiros militares, que até 2016 eram considerados neste balanço também como policiais militares. De 2016 para 2017, 2907 bombeiros deixaram da fazer parte do contingente neste balanço.
Graças aos esforços do Governo do RS na realização de concursos e convocações, a Brigada Militar recebeu 3655 novos policiais desde 2019, revertendo a curva de queda anual, em razão de aposentadorias. O contingente de policiais militares no RS é crescente desde 2020."