O Rio Grande do Sul vivencia nesta terça-feira (14) ao menos cinco ações de grande porte contra crimes variados. É um dia de luxo para a segurança pública.
A Polícia Federal faz operação contra fraudes em fundos de investimento previdenciários, com buscas em cinco municípios gaúchos. O Ministério Público Estadual faz uma grande ação contra fraudes em licitações na região de Santa Cruz do Sul, envolvendo a prefeitura local e empresas privadas (com superfaturamento em obras asfálticas, por exemplo).
Mas a novidade no cenário é que os policiais civis, estaduais, decidiram voltar a divulgar suas investigações. Eles estavam há duas semanas em silêncio quase absoluto, em protesto contra a falta de reajustes salariais.
Com a abertura de negociações entre o governo estadual e os representantes dos agentes e delegados da Polícia Civil, os policiais decidiram dar um voto de confiança ao governador Eduardo Leite e retomaram a divulgação de investigações. E o dia foi marcado por quatro operações da corporação.
Uma delas, do Departamento de Homicídios, enquadra criminosos responsáveis por tortura e decapitações de seus inimigos. Estão sendo cumpridos 42 mandados judiciais, incluindo aí 18 prisões preventivas.
Outra importante ação é desenvolvida pela Delegacia de Combate à Intolerância, em cooperação com a a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os alvos são células neonazistas, grupos antissemitas e separatistas conectados Brasil afora. No Rio Grande do Sul são cumpridos 32 mandados judiciais, entre eles nove de prisão preventiva.
Já a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), fez ação contra o chamado "Golpe dos Nudes" (quando falsos policiais extorquem pessoas que trocam imagens de nus na internet). São três prisões e várias buscas.
E não é só. Até delegacias distritais de Porto Alegre (as de bairro) realizaram operação nesta manhã cinzenta. O alvo principal é a facção que controla o condomínio Princesa Isabel, conhecido popularmente como "Carandiru" e situado na zona central da cidade, na Avenida João Pessoa — próximo à sede da Polícia Civil, o Palácio da Polícia. São 16 mandados judiciais, sendo sete de prisão. E incluem a captura de uma ex-estagiária do Tribunal de Justiça suspeita de vazar informações de processos judiciais para criminosos.
Fiquem certos os policiais e promotores de Justiça que o cidadão saúda essa intensa mobilização. Agora é ver se as investigações prosperam na esfera judicial.