É gaúcho o novo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, o que está longe de ser uma raridade. Dos três últimos chefes da força, dois são do Rio Grande do Sul: os tenentes-brigadeiros do ar Nivaldo Rossato (de São Gabriel e empossado em 2015) e Antonio Carlos Moretti Bermudez (de Santo Ângelo e empossado em 2019).
Marcelo Damasceno, o escolhido por Lula, nasceu em 1959 em Canoas (RS) e ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em março de 1976. Cursou a Academia da FAB a partir de 1979 e foi declarado aspirante (oficial) em 9 de dezembro de 1982. Ou seja, tem 46 anos de carreira militar.
Damasceno, como é conhecido na caserna, ocupou todos os principais postos da Aeronáutica e foi escolhido pelo critério de antiguidade, assim como seus pares do Exército e da Marinha. É um dos mais experientes militares da ativa e não apenas atrás de escrivaninhas.
Damasceno é piloto com 6 mil horas de voo, tanto em aviões como em helicópteros. Conduziu aeronaves como os TZ-13, T-23, T-25 (de treinamento), C-95 Bandeirante (de transporte), P-95 Bandeirulha (de patrulha marítima), U-7 (Sêneca, de transporte), VU-93 (HS-125, jato de transporte), VC-96 (Boeing 737-200, jato de transporte) e os helicópteros UH-50 e VH-55 (Helibras).
O currículo é tão extenso que não caberia numa coluna como esta. Aqui, um resumo: foi chefe da Seção de Operações do 2º/7º GAV (Canoas), chefe da Seção de Instrução e Doutrina do Grupo de Transporte Especial (Brasília), chefe da Seção de Apoio à Decisão do Estado-Maior da Aeronáutica, assistente do Ministro da Aeronáutica, assessor parlamentar do Comando da Aeronáutica, chefe da Assessoria de Atividades Aéreas (GC-2) do Gabinete do Comandante da Aeronáutica, assistente do Comandante da Aeronáutica, comandante do Grupo de Transporte Especial, chefe da Divisão de Relações Públicas do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, comandante da Base Aérea de Brasília, adido de Defesa e de Aeronáutica junto à embaixada do Brasil em Paris (França), adido de Defesa e de Aeronáutica junto à embaixada do Brasil em Bruxelas (Bélgica), chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, comandante do Quarto Comando Aéreo Regional, chefe do Gabinete do Comandante da Aeronáutica e chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.
Em meio a isso tudo, Damasceno conseguiu tempo para se formar em Administração de Empresas na Universidade de Santa Catarina (UFSC), além de fazer os principais cursos de carreira. Entre eles, os cursos de Política Estratégica Aeroespacial, Superior de Comando e Estado-Maior (esses, equivalentes a doutorados), Aperfeiçoamento de Oficiais e Formação de Aviadores.
As principais condecorações dele incluem Ordem do Mérito da Defesa (grau Grande Oficial), Ordem do Mérito do Superior Tribunal Militar (Alta Distinção), Ordem do Mérito Rio Branco e Ordem do Mérito Judiciário Militar.
Damasceno ocupava a chefia do Estado-Maior da Aeronáutica (desde novembro de 2020) quando foi convidado para ser Comandante da Aeronáutica. Os que o conhecem, apostam: apesar de chefiar dezenas de milhares de militares, um hábito ele não deixará para trás: pilotar.