O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, realizou na madrugada desta quarta-feira (12) a maior apreensão de maconha do ano. Quase uma tonelada, 1,3 mil pacotes, que estavam escondidos em um sítio em Taquara. O diferencial é que um paraguaio estava no local, fazendo a supervisão da carga trazida do seu país.
Foi a segunda apreensão do gênero em 45 dias. A outra, numa chácara em Sapiranga (na estrada que leva a Taquara), foi feita pela Brigada Militar. Mais de 500 quilos de maconha, além de um fuzil e pistolas. As duas cargas de droga e armas são pertencentes a Os Manos, a maior facção gaúcha. Já em dezembro o Denarc tinha apreendido uma terceira carga dessa organização, 800 quilos de maconha, num depósito de um sítio em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, em operação na qual foi preso um vereador.
A droga é comprada em consórcio de quadrilhas da Região Metropolitana, com pagamento adiantado. Os traficantes trazem o entorpecente em caminhões, desde o Paraguai (maconha) ou Bolívia (cocaína), às vezes passando pelos dois países. A carga chega, via de rega, em meio a produtos agrícolas e vai direto a um sítio, onde é permitida apenas a entrada de conhecidos. Fácil de vigiar e mais seguro. Muitas vezes é enterrada ou escondida em ocos de árvores.
Os chefes de bandos comparecem ao local, um por vez, separam algumas dezenas de quilos e levam para seu QG nas vilas. Fazem isso de carro, normalmente legalizado, para não despertar suspeitas. A única condição do atacadista é que sejam todos da mesma facção, para que um não assalte o outro na saída.
A verdade é que os traficantes descobriram que podem enterrar seus tesouros em áreas rurais, como faziam os antigos piratas. Como modernos caçadores, cabe aos policiais localizar esse butim.