O novo diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, é o que os policiais costumam chamar "linha de frente". Um delegado que sempre acompanhou ombro a ombro o trabalho dos seus agentes, em campo. O nome dele circulava como favorito de Sergio Moro desde que o ex-magistrado aceitou ser ministro da Justiça, como antecipou GaúchaZH.
Paranaense de Mandaguaçu, formado em Direito pela PUC-PR, antes de ser delegado federal ele atuou como delegado na Polícia Civil do Paraná. Integrou o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), trabalhando no combate a organizações criminosas. Um grupo de elite, famoso por combater traficantes e assaltantes de banco, especialmente temido na fronteira Brasil-Paraguai.
Em 1996, Valeixo foi para a Polícia Federal, que paga bem mais que a Civil e tem alcance nacional. Começou como a maioria, no combate ao tráfico, passando logo após a investigar ramificações internacionais. Conviveu com o então magistrado federal e futuro ministro Sergio Moro quando foi superintendente da PF no Paraná, entre 2009 e 2011. Desde então, ele passou por Brasília - onde ocupou os cargos de diretor de Inteligência e chefiou a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), o posto número 3 da PF - e pelos Estados Unidos, onde foi adido policial na embaixada brasileira, em Washington.
Valeixo ocupa hoje, pela segunda vez, o cargo de superintendente da PF no Paraná. É defensor intransigente da Lava-Jato. Até por isso e também pelo passado de convivência com Moro, foi o escolhido para chefiar nacionalmente a Polícia Federal.
Valeixo pode ser substituído no cargo em Curitiba pelo delegado Igor Romário de Paula, um dos homens que desencadearam a Lava-Jato - mas ainda não há decisão a respeito. Outra expoente da operação, a delegada Erika Marena, é cotada para chefiar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, órgão que trata de localizar dinheiro da lavagem feita por criminosos brasileiros no Exterior. E o delegado Márcio Anselmo, parceiro de Erika no desencadeamento da Lava-Jato, deve ser o Coordenador-Geral de Repressão à Corrupção, cargo que já ocupa agora.