O governo do Estado cumpriu uma promessa importante nesta sexta-feira (3), ao anunciar nomeação de 480 agentes prisionais e administrativos para atuarem em presídios gaúchos. É um passo decisivo para a ocupação completa da segunda unidade da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). A falta de servidores é o principal entrave para que os quatro blocos daquele complexo prisional sejam inaugurados. Até hoje, apenas o primeiro está com atuação plena. A segunda unidade está sendo viabilizada graças à colocação de PMs para reforçarem a guarda interna, de forma emergencial. Com isso, presos são retirados de delegacias.
Com a nomeação dos novos servidores será possível preencher o quadro funcional da segunda unidade e, talvez, de outros presídios. O quadro de agentes penitenciários e administrativos tem atualmente 1.025 vagas abertas. É por falta de agentes que presídios como o Central de Porto Alegre e a Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) ainda são administrados pela Brigada Militar.
Feito o elogio ao esforço governamental, é preciso uma ressalva: não basta concursar. É necessário preparar bem o pessoal. O sindicato dos agentes (Amapergs) teme cursos muito rápidos, já que o sistema prisional é uma bomba-relógio, controlada por facções criminais. Quem guarnece presos tem de estar preparado.
E o curso previsto para os 480 novos agentes será a jato. De acordo com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o treinamento começa neste mês e terá duração de 60 dias. A Amapergs ressalta que um curso deveria durar no mínimo seis meses - era esse o tempo previsto, anos atrás. Os sindicalistas acreditam que preparo rápido é "fazer experiência com barril de pólvora". Que tal esperar um pouco (mesmo usando PMs) e preparar melhor? Fica a sugestão aos governantes.