A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Espécie nativa ameaçada de extinção, o butiá tem, aos poucos, retomado espaço na área rural do Rio Grande do Sul. É o que visualiza o pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura Gilson Schlindwein. Para ele, o Estado já vive “a realidade de uma nova cultura”: a de butiazeiros. E o termômetro para isso vem da crescente procura por mudas da frutífera, que são multiplicadas e selecionadas pela pasta.
Até agora, 30 produtores já solicitaram exemplares de butiás. O objetivo de todos eles, observa Schlindwein, é ganho econômico e diversificação na propriedade.
— Mas, sem exagero, a nossa demanda é 10 vezes maior do que isso — acrescenta o pesquisador.
É por isso que a secretaria tem buscado recursos para aprimorar a forma de cultivo e passar adiante a multiplicação da espécie. Uma das novidades é a capacitação de viveiristas.
De acordo com Schlindwein, o trabalho da secretaria consiste na seleção de mudas de butiazeiros tem sido feita de acordo com o interesse econômico: multiplica-se as variedades que dão frutos maiores, com menos fibras e mais polpa, por exemplo.
— Assim, se estimula a conservação pelo uso. Com o apelo econômico, se consegue sensibilizar o produtor a plantar essas áreas — explica o pesquisador.
Ou seja, além do ganho econômico, a iniciativa busca incentivar o serviço ambiental que é feito com o cultivo de uma planta nativa e ameaçada de extinção.
Envolvendo pesquisadores e técnicos do DDPA, o projeto conta com o aporte financeiro da empresa CPFL-Trasmisão, concedido por meio da Reposição Florestal Obrigatória (RFO), com a intermediação da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).