Uma proposta encaminhada ao Executivo pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul tenta dar vazão ao potencial para irrigar: mais 2,2 milhões de hectares. O dado, apresentado no painel RS Sustentável — Cada Gota Conta: Reservação de Água, Irrigação e Piscicultura, na segunda-feira (11), em Santo Antônio da Patrulha, mostra que o caminho para o avanço é longo.
Na minuta inicial, o foco está na legislação que trata do processo para a outorga da água. Outras duas frentes complementarão as proposições.
— O objetivo é “desfrear” a irrigação. É preciso viabilizar uma legislação para que o agricultor possa investir — reforça o presidente da Assembleia, Adolfo Brito, que elegeu a temática como foco da gestão.
Além dos debates pelo interior do Estado, a meta é apresentar propostas de legislação que ajudem a fazer o sistema ganhar terreno com maior agilidade. Dados da Radiografia Agropecuária do RS 2024 mostram que houve um avanço em relação a 2023, mas ainda muito tímido. Na soja, a área que conta com essa ferramenta tecnológica é de apenas 3,2% do total plantado. No milho, o percentual é um pouco maior, 15%. Frente ao ano anterior, foram adicionados apenas 8,28 mil hectares irrigados à cultura. A exceção é o arroz, 99,9% irrigado.
O engenheiro agrônomo José Enoir Daniel, um dos palestrantes, apontou questões que precisam ser vencidas para a irrigação avançar. Estão nessa relação segurança jurídica, melhora da potência e da qualidade da energia elétrica no meio rural, ideia pré-concebida de que irrigação é cara, entraves de legislação para a execução de projetos de reserva de água e de irrigação e aumento da reservação de água.
— Ou reservamos água, ou o RS, ali na frente, pode sucumbir, porque todos nós vivemos da agricultura — reforçou Rodrigo Massulo, prefeito de Santo Antônio da Patrulha.