A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Depois de uma safra de uvas quase 27% menor no Estado, é pelas flores que a esperança de uma produção cheia em 2025 desabrocha nesta primavera. Considerando tanto as variedades de mesa quanto as de vinho, a colheita deste ano foi de 485,5 mil toneladas, conforme dados do Sistema de Declarações Vinícolas (Sisdevin) da Secretaria da Agricultura divulgados nesta segunda-feira (23). Agora, para a próxima safra, a floração das parreiras já indica uma recuperação no volume e na quantidade de cachos.
— Olhando para as flores e considerando o volume de chuva até agora, devemos ter uma safra melhor do que o ano passado. Eu diria que está um ano quase normal — analisa Adeliano Cargnin, chefe da Embrapa Uva e Vinho e coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho do RS.
E, se é o clima que deve favorecer essa safra, foi também o clima que enxugou a produção anterior. O excesso de chuva na primavera passada e a incidência de doenças fúngicas prejudicaram diversas parreiras no Estado. Em especial, na Serra.
— A chuva prejudicou a polinização. Isso fez com que as parreiras dessem menos cachos e cachos com menos bagas. O que acabou refletindo na produção — esclarece Cargnin.
A floração das parreiras ocorre na primavera, mas a colheita das uvas só começa no verão, no Estado.
Raio X das perdas em 2024
- Tanto as uvas de mesa quanto as viníferas registraram queda no comparativo com a safra anterior, de 24,5% e 41%, respectivamente
- No produto final, também houve queda. Na elaboração de vinhos, por exemplo, a redução ficou em 42%
- Na elaboração total de base para espumante e de espumante, a queda foi de 23,12%
- Os produtos orgânicos também tiveram diminuição, registrando queda de 21,44% na produção de sucos e 84,95% na elaboração de vinhos orgânicos
- Já na produção de sucos de uva, o aumento é 73,67% quando comparada à safra anterior, enquanto o suco concentrado experimentou redução de 43,17%
Fonte: Sisdevin