A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
As características da safra brasileira de vinho deste ano só serão conhecidas em taça no dia 19 de outubro, em Bento Gonçalves, na Serra. Mas já existem pistas do que os participantes encontrarão dentro de cada uma das 16 garrafas selecionadas pela 32ª Avaliação Nacional de Vinhos como as mais representativas do ano. E tem a ver com mudanças climáticas, diversidade e qualidade do vinho.
— Todo ano, há 32 anos, a avaliação traz novidades em relação aos vinhos que são apresentados. Porque cada safra é uma safra diferente. É reflexo também do que o vinho brasileiro vem vivendo, ano após ano — salienta Ricardo Morari, presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), que organiza o evento.
Para 2024, Morari adianta que haverá mais variedades de vinho à mesa do evento e uma maior participação de outras regiões brasileiras, além do Sul.
Com relação aos extremos climáticos que afetaram a produção nesta safra, o dirigente descartou consequências na bebida:
— No Sul, a chuva interferiu bastante na produção de uvas. Porém, o que a gente observa nos vinhos que foram degustados é uma qualidade que se mantém.
Isso é possível, continua Morari, graças ao manejo que vem sendo adotado dentro e fora dos vinhedos e ao uso de tecnologias.
— Cada vez mais, estamos menos dependente de condições climáticas.
Neste ano, a Avaliação Nacional de Vinhos recebeu 478 amostras inscritas de 67 vinícolas de sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. Número que também reflete o impacto dos extremos climáticos no vinhedo: no ano passado, foram inscritas 505 amostras.
O trabalho de degustação de seleção coube a 90 enólogos que avaliaram às cegas os vinhos, seguindo normas estabelecidas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
Com expectativa de um público de 800 pessoas, o ingresso para o evento, no dia 19 de outubro, continua à venda, aqui. O valor é de R$ 640. Neste ano, a avaliação retoma, 100%, o formato presencial.