Com a vindima em andamento, o Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de uva, vai conhecendo aos poucos o tamanho da atual safra. Assim como outras culturas, a da fruta teve o ciclo afetado pelo El Niño, que trouxe chuva em excesso e poucas horas de frio, condições que devem gerar impacto sobre o resultado final. Presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Daniel Panizzi explica que, neste momento, os números estimados são de perdas entre 30% e 35% em relação ao volume esperado.
A vindima é a comemoração, o momento épico de todo o trabalho do agricultor durante o ano. Quando a gente vê aquela uva no pé, temos de entender que são meses de trabalho.
DANIEL PANIZZI
Presidente da Uvibra
– Os efeitos do El Niño apareceram ainda em agosto, setembro, quando os vinhedos começam com o período de brotação e floração. Naquele momento, tivemos muito abortamento da produção de cachos. Isso já nos acarretou uma perda em função do alto índice pluviométrico – relata.
A continuidade da chuva após essa fase trouxe outra dificuldade: com as janelas de tempo seco curtas, ficou difícil de fazer o manejo adequado. Para completar, o inverno teve pouco frio, e houve regiões com chuva de pedra e até mesmo geada tardia.
– Qualitativamente, não tivemos nenhum problema até o momento, mas é importante que tenhamos uma incidência solar boa e um índice pluviométrico menor. Na fase de maturação, a película da uva é muito delicada – explica o presidente da Uvibra.
Ou seja, embora as estimativas apontem uma redução no volume a ser colhido, a qualidade se mantém – e é importante que, daqui para a frente, o clima colabore. Confira abaixo a entrevista completa de Panizzi ao programa Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha.