A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de jogar leite fora e faltar alimento para os animais, a granja Ferraboli, de Anta Gorda, viu nesta terça-feira (27), na 47ª Expointer, o início da sua retomada econômica após a enchente. Fez dobradinha no pódio do tradicional banho de leite, pelo segundo ano consecutivo. E teve até recorde estadual.
A vaca adulta da raça holandesa, do box 1816, carinhosamente chamada de Pitoca, bateu nova marca e produziu 110,4 quilos em 24 horas na competição. E a jovem, do box 1834, 84,8 quilos.
Produtor à frente da propriedade, Diogo Ferraboli se emocionou do início ao fim da cerimônia. E, à coluna, falou sobre o segredo para esse sucesso:
— O segredo é a família. Eu até me emociono em falar. Nada sai sem a família.
Diogo se referiu a quem trabalha com ele, de sol a sol, na propriedade: o irmão, Diego, sua cunhada, Franciele, seu sobrinho, Lucas, de apenas oito anos, e seus pais, Paulo e Marlene.
Além da família, o produtor acredita que o que também ajuda a dar tantos pódios é o trabalho junto aos veterinários e nutricionistas:
— Não tem como não ter esses resultados, com todo mundo torcendo por nós, trabalhando por nós. Até a vaca se sente bem.
Mas reconheceu que o cenário "não está fácil" para a produção de leite no Estado. O custo de produção é considerado alto e o preço do litro de leite pago, baixo.
— A gente continua na atividade porque a gente gosta dos animais. Só que não sei até onde a gente vai aguentar na atividade. Porque só gostar não paga a conta — afirmou Ferraboli.
O banho não é de leite
Em tempo, sempre vale lembrar que o banho que encerra a competição do gado leiteiro não é de leite, apesar do nome. É uma mistura de cal e água, que imita o alimento. O objetivo é evitar desperdício.
E quem leva o banho? Os produtores das vacas que mais produziram leite durante a feira.
A iniciativa é organizada pela Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando).