A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais do que se manter como uma vitrine de novidades —que, neste ano, vão do queijo com raspas de limão siciliano à geleia de bacon —, o pavilhão da agricultura familiar da 47ª Expointer promete ser histórico. Seja pelo tamanho, que será recorde, seja pela retomada econômica que o setor espera pós-enchente.
Serão 413 expositores entre os dias 24 de agosto e 1º de setembro, no parque Assis Brasil, em Esteio. Quarenta e um a mais do que no ano passado.
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, a maior participação de empreendimentos se deve a uma reorganização do espaço.
— O que fez com que se retirasse áreas ociosas e, neste ano, não tivesse fila de espera. Todos (os empreendimentos) inscritos foram atendidos — comemora Santini.
Assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Jocimar Rabaioli também entende que a própria catástrofe climática pode "ter dado um gás" para a presença neste ano:
— Muitas agroindústrias perderam clientes, outras perderam os meios de produção. A Expointer poderá servir como uma forma de retomada e dos produtores seguirem com ânimo para continuar na atividade.
De Farroupilha, na Serra, a Queijaria Somacal foi uma das várias agroindústrias que garantiu a participação em mais um ano na Expointer. Nesta edição, a "novidade da casa" será um queijo com raspas de limão siciliano, conta o produtor Marcelo Somacal:
— Um casal de amigos viajou para a Itália, provou um produto similar lá, e adorou. Gostamos da ideia, fizemos o teste e decidimos lançar nessa Expointer da retomada.
Apesar da queijaria não ter sido diretamente afetada, houve alguns gargalos, conta Marcelo. Como problema no fornecimento de leite — que é matéria-prima para a produção de queijo —, que segue dificultado. Para a feira, no entanto, a expectativa é aumentar as vendas.
Os números do pavilhão
- O número de empreendimentos liderados por mulheres também cresceu. Em 2024, serão 216, superando os 148 do ano passado
- Estarão presentes ainda 125 jovens na liderança de empresas; em 2023, foram 87
- O espaço terá ainda 73 empreendimentos estreantes
- Seis estandes apresentarão artesanato indígena das etnias Mbyá-Guarani, Kaingang e Xokleng, um estande contará com produtos artesanais feitos por comunidades quilombolas gaúchas e 38 agroindústrias trabalharão com produtos orgânicos
- O espaço contará também com uma praça de alimentação, com sete cozinhas vinculadas às agroindústrias familiares
Fonte: Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural