O município de Cachoeira do Sul, na região central do Estado, foi o local escolhido por produtores para uma mobilização. Três grandes propósitos permeiam a inciativa organizada pelo Movimento SOS Agro RS: demonstrar força e união, expressar solidariedade e cobrar medidas que atenuem o impacto da catástrofe climática sobre o setor. Será uma “grande reunião”, explica Lucas Scheffer, um dos coordenadores.
— Sem renegociação há chance de muitos produtores abandonarem a atividade. É o terceiro ano perdendo, foram dois de estiagem, a conta é grande. Não estamos pedindo anistia, mas sim, alongamento — pontua Scheffer, que é produtor de grãos em Cacequi.
Na área cultivada, a perda da soja que ainda não tinha sido colhida foi de 60% em razão da chuva intensa que impediu a colheita – de 30 dias, apenas em cinco foi possível trabalhar. Scheffer diz que, em razão das condições, não deve plantar trigo neste inverno. Relatos como o dele multiplicam-se no Estado.
Diálogo retomado
Os organizadores têm feito o chamamento, nas redes sociais, para o ato, que ocorre na quinta-feira no parque da Fenarroz. Uma das prerrogativas do evento, conforme o material de divulgação é de que será “pacífico, apartidário e sem bandeiras”.
— Estamos efetivamente conversando com o governo. Temos de estudar uma saída para os produtores, e o tempo está correndo — afirma Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que estará na mobilização.