A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo durante a enchente, as feiras orgânicas de Porto Alegre não pararam de funcionar. Com menos bancas, produtores afetados e oferta de hortifrúti reduzida, algumas tiveram de ser suspensas, outras, se juntaram em novos espaços para continuarem a ocorrer. Depois dessa reorganização, agora, o movimento é de retomada à normalidade na Capital.
É o caso das duas feiras da Redenção, a Ecológica do Bom Fim e a dos Agricultores Ecologistas. No sábado (22), estavam com 70% das 133 bancas. Durante a enchente, o espaço chegou a operar com apenas 30%. Um dos coordenadores, o produtor Vasco Machado atribui a essa retomada a importância do espaço para o escoamento da produção orgânica:
— Não tem mercado igual. Tem produtores que fazem 200 quilômetros todo sábado para vender ali.
De acordo com a Franciele Bellé, presidente interina do Conselho de Feiras Ecológicas de Porto Alegre, a pandemia também ajudou os feirantes a lidarem melhor com a enchente de agora. Durante a crise sanitária, as feiras orgânicas não pararam de funcionar.
— Houve alguns avanços de organização, da forma como a gente sempre se mobiliza para ajudar cada um — explicou Franciele.
A oferta, no entanto, continua reduzida nas feiras. O gargalo principal segue nas folhosas, que são mais sensíveis ao excesso de umidade que ocorreu durante o mês de maio. Só na propriedade de Vasco, localizada no Lami, na zona rural de Porto Alegre, o prejuízo nos hortifrútis passa de R$ 30 mil. Produtos processados, bananas e frutas no geral, por outro lado, foram menos afetados e seguem sendo encontrados normalmente nas bancas.