A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de mais uma frustração no verão, os produtores gaúchos agora miram na safra de inverno como alternativa de caixa para o ano. E essa esperança já começou a brotar nas lavouras do Estado. O trigo está sendo semeado na tradicional região produtora, a Noroeste. A estimativa de área total plantada será divulgada pela Emater na próxima sexta-feira (28).
A oportunidade de as sacas do cereal serem um caixa para o ano é a expectativa do presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim:
— A gente calcula e espera que as previsões climáticas efetivamente aconteçam, para que a gente possa ter produtividade e qualidade neste ano e para que o produtor possa aproveitar os preços altos no exterior. Porque os produtores estão muito sacrificados.
O dirigente se refere às condições climáticas de temperaturas e chuva abaixo da média previstas para este inverno.
É por isso que o assistente técnico estadual da Emater, Alencar Rugeri, afirma que, neste ano, haverá "plantador de trigo e produtor de trigo":
— Pelo conjunto da obra, custo de produção, frustração no verão e enchente, vai ter o produtor de trigo, que é aquele que faz o sistema de produção direitinho, e o plantador de trigo, que é o que de última hora opta por plantar o cereal para recuperar caixa.
Apesar da esperança pela safra, a perspectiva preliminar da Emater, no entanto, é de que não será possível repetir a área cultivada em 2023, de 1,5 milhão de hectares.