O jornalista Danton Boatini Júnior colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A chegada do outono marca o início das feiras de terneiros, que devem movimentar a pecuária gaúcha até o mês de junho. Entre as entidades do setor, a expectativa é de valorização e bons negócios nas pistas.
O presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do Rio Grande do Sul (Sindiler/RS), Fábio Crespo, acredita que o preço do quilo vivo do terneiro deva oscilar entre R$ 10 e R$ 11, acima da média registrada em 2023. Na temporada do ano passado, a cotação ficou em torno de R$ 9,45 nos machos e R$ 8,90 nas fêmeas.
De acordo com Crespo, há uma procura grande por genética de qualidade, o que vem sendo atendido pelos programas de melhoramento. Por isso, a expectativa é positiva com relação à qualidade dos animais que serão ofertados:
— O terneiro está ganhando muito mais peso ao desmame do que antigamente. Tem toda uma tecnologia no campo hoje que permite que as fêmeas deem cria mais cedo e que eles (terneiros) saiam mais pesados.
Com relação à quantidade de animais ofertados nos eventos, a tendência é que o número pelo menos se mantenha em relação ao ano passado.
O coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da UFRGS, professor Julio Barcellos, também acredita em preços entre R$ 10 e R$ 11 para o quilo vivo.
De acordo com Barcellos, o momento é de reversão no ciclo da pecuária: o setor viveu um período de desvalorização no último ano, com grande abate de matrizes – o que impactou na produção e, consequentemente, nos preços. Desde o início do ano, o segmento começa a se recuperar.
— Com a queda no preço do boi, toda a atividade se desestimulou. De janeiro pra cá esse ciclo de baixa começa a ser revertido lentamente — observa o especialista.