O caminho para o reconhecimento do Rio Grande do Sul como livre de febre aftosa sem vacinação pelos chineses ficou um pouco mais curto após a vinda de missão do país asiático. Embora não exista um prazo formal para o parecer final e tampouco se sabe qual será, a expectativa dos gaúchos é positiva em relação ao avanço. A validação da China do status já obtido na Organização Mundial de Saúde Animal em 2021 permite a ampliação das vendas da proteína suína. A inclusão de miúdos e carne com osso tem o potencial de adicionar US$ 100 milhões em receita às exportações do Estado.
— Nossa impressão é a de que conseguimos demonstrar para eles a eficiência de defesa sanitária animal (no Estado) — afirma Márcio Madalena, secretário-adjunto estadual da Agricultura.
Quatro auditores da agência aduaneira da China (GACC, na sigla em inglês) e um do Ministério da Agricultura integraram a missão. Na segunda (4) e na terça-feira (5), o grupo esteve no RS. Primeiro, visitaram a sede da Secretaria da Agricultura, onde foram apresentados ao serviço veterinário oficial. Depois, conheceram de perto uma inspetoria veterinária e uma propriedade em São Gabriel, na Fronteira Oeste.
A missão passou também pelo Paraná e por Minas Gerais. Antes de ir embora, os técnicos realizaram uma reunião final, sem sinalizar em quanto tempo deve sair o relatório que pode fazer a validação do status em relação à febre aftosa.
O Rio Grande do Sul é segundo maior exportador entre os Estados brasileiros de carne suína. Conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Estado embarcou, nos dois primeiros meses deste ano, 42,2 mil toneladas, volume 6,1% superior ao de igual período do ano passado. O volume embarcado no mesmo período pelo Brasil foi de 197,5 mil toneladas, aumento de 17,6%. A China foi o principal destino da proteína, com 49,5 mil toneladas.