A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne suína, mas os resultados de 2023 mostram que nem mesmo o apetite reduzido do país asiático (em relação a ele mesmo, é bom lembrar) impediu que se fechasse 2023 com crescimento e novo recorde. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontam uma expansão de 9,8% no volume embarcado, que chegou a 1,229 milhão de toneladas. Em receita, o aumento foi de 9,5%, com US$ 2,82 bilhões acumulados.
Presidente da entidade, Ricardo Santin, avalia que o desempenho do Brasil no ano passado nas vendas externas da proteína se deve à conquista de novos e importantes detalhes, dissipando preocupações de uma dependência excessiva dos chineses:
— Tem mais gente comprando. Houve consolidação do Canadá, a abertura do México, ainda que em volumes pequenos e com o bloqueio de decisão judicial. Tivemos crescimento em Hong Kong, nas Filipinas, no Chile, em Singapura... O Brasil constrói capilaridade. E mesmo na China, fomos o país que menos caiu (nas exportações).
Outras perspectivas de conquistas que ficam para 2024 ajudam a manter as projeções de novo crescimento das exportações. A Coreia do Sul realizou visitas a Estados brasileiros, diante dos certificados obtidos em relação à febre aftosa (incluindo o Rio Grande do Sul), e a China tem previsão de realizar missão em março (inicialmente, a previsão era na segunda metade de fevereiro). Isso pode ampliar a lista de vendas da proteína.
— A gente consegue ver médias consistentes no ano inteiro. Foram 102 mil toneladas mensais (de exportação) no ano passado. Em 2022, a média havia sido de 93 mil toneladas — acrescenta Santin sobre o ritmo de crescimento anual.
Outra matemática considerada positiva é o fato de o volume a mais embarcado em 2023 (109 mil toneladas) superar o da redução da China (60,6 mil toneladas). Com relação aos Estados, o RS foi o segundo maior exportador do país, atrás apenas de Santa Catarina. A quantidade exportada pelo Estado foi 5,07% maior, somando 280,9 mil toneladas.