A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de provocar volumes históricos de chuva e de mudar o rumo de safras importantes para o Estado, como a do trigo, o El Niño dá indícios de que começa a perder força. O prognóstico é de que o fenômeno enfraqueça nos próximos meses, mas continue influenciando o regime de chuvas pelo menos até a próxima estação.
— Mesmo que o fenômeno entre em neutralidade, leva um tempo para que a atmosfera se estabilize. Por isso, boa parte do outono, pelo menos, ainda deve ter influência dele — explica a meteorologista Jossana Cera, consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Os modelos variam quanto aos volumes projetados para março, mas a meteorologista acredita que o último mês do verão ainda seja marcado pelo El Niño. O quadro climático pode afetar a colheita da safra de verão.
— Temos uma safra que foi semeada mais tarde, então a colheita dela também será estendida. Pode ser que a chuva tenha alguma influência nesta etapa, até no próprio escoamento da produção — projeta Jossana.
Pelo menos para a próxima safra, no verão de 2025, os modelos não mostram a probabilidade de o El Niño se repetir. Já sobre o La Niña, fenômeno de efeitos opostos que provoca escassez de chuva no Sul, a meteorologista diz que ainda é cedo para prever a sua ocorrência.