É com um ritmo diferente que as fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do Estado fecharão o ano de 2023. Depois de ver os negócios acelerarem em 2022, neste ano, o segmento deve ter um recuo de 15% nas vendas, segundo projeção do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers). Além da base elevada de comparação, outros fatores ajudam a explicar esse resultado, pontua o presidente da entidade, Claudio Bier.
A desvalorização do preço da soja é um deles. Dados apresentados pela Federação da Agricultura mostram que, de novembro de 2022 a maio de 2023, o preço da saca, em reais, caiu 26%.
Outro ponto a ser considerado, segundo o dirigente, é o elevado estoque, reflexo da produção ampliada a partir da demanda antes aquecida.
A transição política, no início do ano, é mais um ingrediente que fez, na avaliação de Bier, o ritmo ficar em compasso de espera.
Para a retomada daqui para frente, dois pontos são considerados importantes pelos fabricantes: a taxa de juro e o clima no Centro-Oeste.
— A recuperação do setor, em 2024, dependerá muito da queda dos juros — entende Bier.
Maior produtor nacional de máquinas, com fatia de 60% da produção total, o RS vende para todo o país. É por isso que o tempo seco em Estados como Mato Grosso, maior produtor de soja, é fator de preocupação.
Assim como a questão da revisão dos benefícios fiscais, que passará a ser tratada a partir de agora.
— Trabalhamos muito para que não houvesse o aumento de impostos — reforça Bier.