A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Motor que complementa o trabalho nas lavouras, o setor de máquinas e implementos é força motriz também da indústria gaúcha. Segundo balanço de fechamento do ano elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o setor fabril mostrou desempenho modesto em 2022, de 2,5%, mas contou com ajuda fundamental do complexo que atende ao agronegócio para chegar a esse resultado.
Junto com o segmento de veículos automotores, a fabricação de tratores, máquinas e implementos agrícolas sustentou a alta da produção industrial no Estado. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o segmento de máquinas respondeu pela segunda maior participação na produção industrial gaúcha, com fatia de 13,8%, atrás somente dos automóveis, que lideraram com 18,6%.
Vale lembrar que o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de máquinas e implementos agrícolas. E os reflexos vão além da linha de montagem.
O desempenho do segmento contribuiu para manter o mercado de trabalho ao longo de 2022. A indústria de transformação foi responsável pela geração de 25 mil postos de trabalho no RS, segundo a estimativa da Fiergs.
Para 2023, as projeções são menores em virtude do crescimento pequeno esperado para a economia, mas novamente serão sustentadas pela parte que compete ao agro.
Conforme apresentou o economista-chefe da entidade, André Nunes, o saldo positivo de empregos deve vir dos setores de máquinas e equipamentos e da fabricação de alimentos, principalmente. São esperados 12 mil empregos ligados à indústria, totalizando 38 mil postos de trabalho no Estado em 2023, segundo a projeção para o ano que se avizinha.
O horizonte otimista, pelo menos no que se refere ao campo, pega carona nos prognósticos para a safra de grãos, que deve registrar avanço de 15,5%, depois da quebra no último verão. A leitura da Fiergs usa como base os números da Conab e do IBGE, que estimam que a produção gaúcha de grãos deve somar 41 milhões de toneladas no próximo ciclo.
O desempenho da agropecuária, aliás, é o que deve sustentar o crescimento da economia do Estado em 2023. A federação espera alta de 5% no PIB gaúcho, puxada sobretudo pelas atividades que movem o agronegócio, com avanço de 38,7% nesse setor no próximo ano.