A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A venda de máquinas e implementos agrícolas segue com pé no freio no país e, a cada mês que passa, fica mais perto de tornar realidade a projeção de queda de 20% em receita em 2023 da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). É o que reforça o mais recente indicador conjuntural da entidade, divulgado nesta quarta-feira (29). Em outubro, a queda acumulada do ano chegou a 20,1%, se comparado com todo 2022. Em valores, são R$ 63,8 bilhões faturados até agora neste ano.
Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos atribui a esse cenário a combinação de juros altos, na avaliação do agricultor, com o preço de commodities em queda, como é o caso da soja.
— Esse número (de queda) é esperado. Depois do recorde de vendas, nós estamos vendo uma acomodação no mercado. Não é uma crise. Vai haver ainda acerto de mão de obra. Ou seja, o excesso de mão de obra deve ser demitido, o que não é um problema, é uma acomodação das empresas — pondera o dirigente.
Acompanhando a receita, o ritmo de vendas também segue em desaceleração. Considerando dois dos principais produtos do setor, os tratores e as colheitadeiras, a comercialização já tem queda de 12,1% no acumulado do ano, com 58,1 mil unidades vendidas, se comparado ao mesmo período de 2022.