Fenômeno que impôs uma primavera de chuva em excesso no Rio Grande do Sul, trazendo ainda outros extremos climáticos, o El Niño pode estar se aproximando do seu auge. Conforme a meteorologista Jossana Cera, consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), as temperaturas registradas no Oceano Pacífico (o aquecimento das águas é uma das características do evento) têm oscilado entre 2ºC e 2,1ºC. Se essa condição se mantiver nas próximas semanas, poderá ser configurado como um El Niño muito forte. Mesma classificação registrada no ciclo 2015/2016.
Do ponto de vista prático, o histórico mostra que a influência do fenômeno no Estado tende a ser menos intensa no verão. Chuvas e temporais mais fortes poderão acontecer, mas de forma menos generalizada.
— Será um verão mais úmido, mas sem a frequência de chuvas que se teve na primavera — diz Jossana, sobre as previsões.
As temperaturas devem ficar entre a média e acima da média, assim como as precipitações. Na agricultura, a combinação de calor e umidade pode favorecer o aparecimento de doenças fúngicas, como a brusone no arroz e a ferrugem asiática na soja.
O alerta fica por conta da perspectiva de que o fenômeno costuma voltar a ter influência maior no outono.
— O que pode representar um problema mais à frente, na época de colheita — pondera a meteorologista, lembrando que o excesso de chuva provocou atrasos no plantio em culturas como soja e arroz e, por consequência, no desenvolvimento de todo calendário da safra.