A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Foi da experiência de 30 anos na pecuária de corte e do olho treinado para “apostar no que é bom” que o produtor Pedro Obino, da campanha gaúcha, juntou a expertise para criar o doce de leite Santa Helena. Novo no mercado e ainda item para poucos (devido ao tamanho da produção), o laticínio se destaca pelos padrões de qualidade e faz sucesso com quem conhece a iguaria.
O diferencial vem da matéria-prima: o doce é feito com leite de vaca jersey, conhecida entre as raças leiteiras pela produção de alta qualidade e pelo teor de gordura e proteína superior aos demais rebanhos.
— Sem insumo bom, não se faz coisa boa. E o jersey é exatamente isso. Ele produz a gordura do leite, onde está toda a diferença da qualidade. O resultado é um doce macio, suave, que parece um creme — descreve Obino, com a sabedoria de quem é premiado mundialmente na seleção de raça braford, na pecuária de corte.
Diferente de outros produtos que levam farinha na composição para encorpar o doce, o Santa Helena não tem glúten nem conservantes na receita. A escolha faz reduzir o prazo de validade do doce de leite, mas o torna mais natural, algo que o produtor diz não abrir mão em sua empreitada. O mesmo cuidado tem a rapadura, segundo item da marca gaúcha.
— Tratamos ela como o pão. Produzimos agora para ser consumida logo — relaciona Obino, comentando sobre a produção que prioriza a qualidade antes da quantidade.
A produção do doce é feita artesanalmente no município de Bagé. Os rótulos estão disponíveis em comércios de produtos típicos da Campanha, como as boutiques de carne, e outros pontos de venda estratégicos no Estado, que atendam a um nicho diferenciado de consumo. Os planos incluem ampliar a distribuição em locais onde há acesso a este tipo de clientela.
— Temos na mão um produto que pode ir muito longe. Mas é algo que precisa ser construído com consistência para não perder a qualidade de um doce que é para ser diferente — diz o produtor.