Gisele Loeblein

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Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Termômetros em elevação
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Depois da chuva em excesso, onda de calor: condição traz riscos à produção do RS?

As temperaturas elevadas que se seguem ao período de umidade em alta potencializam o risco de doenças na produção de verão

Gisele Loeblein

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Tiago Vianna / Especial
A soja nos estágios iniciais está mais propensa à ferrugem asiática.

O principal risco à produção gaúcha da onda de calor que paira sobre o Rio Grande do Sul está na sua combinação com outros fatores, como a elevada umidade. Esses ingredientes potencializam o aparecimento de doenças nas lavouras, especialmente as causadas por fungos. É o caso, por exemplo, da ferrugem asiática, problema que afeta a cultura da soja, e do míldio, que ataca as videiras de uva. Conforme o boletim integrado agrometeorológico da Secretaria Estadual da Agricultura , a presença de uma massa de ar quente e úmido manterá as temperaturas elevadas, com pancadas de chuva na maioria das regiões, pelo menos até segunda-feira (18). 

— A tendência, no final de semana, é diminuir a nebulosidade e ter temperaturas bem elevadas. O pico do calor será sábado e domingo. A partir de segunda, avança a chuva, e a temperatura deve diminuir — explica o meteorologista Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da secretaria.

Ele acrescenta que, em anos de El Niño, a tendência é de um verão bastante quente, mas com dois a três eventos de picos de calor. Como não são períodos de longa duração, efeitos mais intensos dependem do estágio de desenvolvimento da culturas. Neste momento, as altas temperaturas associadas à umidade favorecem o aparecimento de doenças.

— Principalmente doenças fúngicas, podridão de sementes e raízes e dificuldades de absorção dos nutrientes — resume Ricardo Felicetti, coordenador do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria de Agricultura.

Assistente técnico estadual da Emater, Alencar Rugeri explica que os efeitos potenciais do calor em excesso dependem da fase de desenvolvimento. Na soja, condições extremas logo após o plantio  podem trazer problemas de germinação. Em outros períodos, começa a ter dificuldades maiores, podendo acelerar o ciclo, com possibilidade de abortar flor e vagem.

— Quanto mais extremo for o evento, maior o dano que se tem 

Na fruticultura, o excesso de calor pode fazer com que a planta bloqueie a absorção de nutrientes e água, levando à diminuição do tamanho da fruta ou à perda de produtividade. As temperaturas elevadas também podem trazer impactos à fruticultura e exigem atenção no cuidado de animais.  

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