A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A inauguração de um estande do governo do Estado na primeira edição de uma feira internacional de negócios em Pequim é um termômetro de como anda a missão gaúcha na China. Em busca de uma fatia maior do mercado asiático para o setor de proteína animal, o Rio Grande do Sul vê no evento uma forma de colocar os seus produtos na vitrine do país asiático — aliás, é o único Estado com espaço oficial. Iniciada nesta terça-feira (28), a Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE, na sigla em inglês) se encerra no próximo dia 2.
Além de prospectar novos negócios para as carnes gaúchas, o secretário adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, afirma que também está sendo divulgado o status sanitário de zona de febre aftosa sem vacinação para a China na CISCE. Com a validação do reconhecimento internacional (concedido em 2021 pela Organização Mundial de Saúde Animal), o RS poderá vender carne suína com osso e miúdos, capaz de adicionar cerca de US$ 100 milhões em receita por ano, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips).
— É o momento do Rio Grande do Sul mostrar seus potenciais, em especial uma oportunidade para a cadeia da proteína animal se posicionar no mercado asiático, principalmente no chinês, mostrando sua capacidade de produção e de exportação — enfatiza Madalena.
Localizado dentro da CISCE, que envolve fornecedores da cadeia produtiva de suprimento de diferentes setores em 55 países, o estande tem 18m² e recebeu um aporte de US$ 6 mil do governo do Estado, por meio do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais do Estado, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Mais sobre a missão
Liderada pelo vice-governador Gabriel Souza, a missão também tem apresentado a carne gaúcha e o status sanitário para empresas em visitas e seminários. É o caso do TianJiao Group, um dos cinco maiores conglomerados do agro chinês, que recebeu a comitiva na segunda-feira (27). Outra ação que tem sido realizada é a solicitação de mais habilitações de frigoríficos gaúchos para a exportação. No entanto, ainda não há negócios à vista nem formalizados. Titular da Sedec, Ernani Polo pondera:
— A importância do Estado estar em solo chinês para apresentação técnica dos nossos produtos e diálogo com investidores amplia a possibilidade de avançar no pleito gaúcho que buscamos viabilizar com essa delegação.
Desde 2008, a China é o principal destino das exportações do Rio Grande do Sul.