A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo após mais um mês de queda no custo de produção, o produtor de leite segue não sentindo alívio no bolso. E pode piorar. Essa é a avaliação do economista da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) Ruy Silveira Neto, com base no Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) de outubro divulgado nesta quarta-feira (22).
— Tanto o preço (pago pelo litro de leite ao produtor) quanto o custo de produção têm de andar juntos. É esse o descompasso que não tem ajudado — esclarece Silveira Neto, acrescentando que, afinal, o valor do leite tem caído mês após mês.
No caso do ILC de outubro, a retração foi de 1,51%. Notícia que era para ser comemorada, mas que, na prática, nem fez cócegas nas dívidas que o produtor de leite acumula. No ano, o indicador já está com uma deflação de 27,8%.
E o cenário — de margens apertadas — tende a piorar. Para novembro, a previsão é de crescimento no ILC.
— As cotações de soja e de milho aumentaram — justifica o economista.
Está no radar também, no entanto, a queda no preço do barril de petróleo e da taxa de câmbio, devem puxar as cotações de outros insumos que compõem o ILC para baixo.