O Rio Grande do Sul traçou metas para o controle das emissões de gases de efeito estufa na atividade agropecuária até 2030. O assunto esteve em pauta no 4º Fórum Institucional de Mudanças Climáticas de Economia de Baixo Carbono. Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+, detalhou a proposta em entrevista ao Campo e Lavoura, da Rádio Gaúcha. Confira trechos.
Quais são essas metas?
As metas estão dentro do Plano ABC+, que é o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. É um plano estadual que está alinhado com um plano nacional. No Rio Grande do Sul, busca promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária a partir de oito tecnologias: sistema plantio direto, práticas de recuperação de pastagens degradadas, bioinsumos, terminação intensiva, sistemas de integração (agroflorestais e integração lavoura, pecuária e floresta), sistemas de irrigação e manejo de resíduos da produção animal. Estabelecemos metas, ou seja, buscar incentivar a adoção dessas práticas, no sentido de reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, trazendo maior rentabilidade para o produtor rural.
Qual o parâmetro que se tem do alcance dessas metas?
A meta nacional hoje é ampliar a adoção dessas tecnologias em 72 milhões de hectares. Cada Estado vai ter essa contribuição.
Há um efeito positivo para a produção?
Sim. Por exemplo, na tecnologia do sistema plantio direto, consigo acumular mais carbono. O conjunto dessas estratégias faz com que eu aumente o carbono do solo, e aumentar o carbono do solo não significa apenas reduzir a emissão, traz um ponto positivo por melhorar a qualidade do solo, que vai conseguir desempenhar mais adequadamente as suas funções: armazenar mais água, aumentar a fertilidade e manter alta a atividade biológica.
Afinal, qual o papel da agropecuária nessa equação climática?
O grande potencial de reservar carbono é o solo, e os solos que temos no Brasil são cultivados com florestas, agricultura. A solução para a redução das emissões está no setor agropecuário. A gente está falando aqui de tecnologias cientificamente comprovadas como sequestradores de carbono. E isso, do ponto de vista ambiental e de segurança alimentar, é uma excelente perspectiva.