O investimento na formação profissional é uma das características detectadas na segunda edição da pesquisa Mulheres que Inovam no Agro. Feito pela AgTech Garage, o levantamento ouviu 838 respondentes em todo o Brasil, entre 15 de agosto a 10 de setembro, por meio de um questionário virtual. No perfil das inovadoras do segmento, um traço comum é o do alto grau de escolaridade: 64,5% delas têm, no mínimo, pós-graduação. Ainda que a principal formação seja nas Ciências Agrárias, a área de Humanas também está no topo das escolhas dessas mulheres (veja arte).
Questionada pela coluna se as mulheres buscam se preparar ainda mais para vencer barreiras de gênero, Dalana de Matos, estrategista de Inovação do AgTech Garage (PwC) e uma das idealizadoras da pesquisa, responde citando outro diagnóstico do estudo: nove em cada 10 mulheres que inovam no agro já passaram por situações de machismo no ambiente de trabalho. E acrescenta:
— Quando perguntadas sobre quais os mecanismos que elas se apoiam para conseguir lidar com os desafios do dia a dia, cursos de capacitação são o item número um. Estarmos mais capacitadas, termos mais respostas, mais dados faz com que a gente se sinta mais segura para encarar algumas situações.
Claro, a busca por conhecimento não é movida apenas por essa razão, pondera Dalana, mas as mulheres ganham segurança para enfrentar momentos de mais adversidade:
— Aprender mais sobre tecnologia, tendências, nos coloca em um lugar de empoderamento, de conseguir entrar mais segura nessas discussões — completa.
Outro destaque importante vem das funções exercidas por elas: há uma predominância nos cargos de liderança e gestão. Quase um quarto se identificou como proprietária ou co-fundadora de empresas (21,1%), e o percentual se manteve alto para cargos de gerência (18,9%) e especialista (16,8%). As coordenadoras (10,7%) e diretoras (6,6%) também tiveram representatividade na amostra. As estagiárias são 1,8% das respondentes e as estudantes, 3,2%. As mulheres na operação somaram 12,1%, e 8,8% se identificaram na categoria outros.
— Estamos falando de uma amostra de 838 respondentes que atuam inovando o agro antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. Um sinal de que a tecnologia tem contribuído para criar novas oportunidades de carreiras, atrair e reter talentos femininos no setor — pontua Dalana de Matos, estrategista de Inovação do AgTech Garage (PwC) e uma das idealizadoras da pesquisa.
Do total de mulheres ouvidas, a maioria reside em São Paulo (47,1%), Minas Gerais (14,2%), Mato Grosso (6,6%), Paraná (5,7%) e Rio Grande do Sul (4,8%).