O ambiente da Expodireto Cotrijal se converteu em espaço de homenagens para o Dia Internacional das Mulheres. Expositores e organizadores colocaram o tema em ações e em debates. Mais do que presentes em uma data, o que elas buscam é a oportunidade de ter chances iguais e de serem reconhecidas nos espaços que ocupam.
No agro, vêm galgando cada vez mais posições, mas ainda acumulam tarefas e nem sempre conseguem reconhecer o valor do que fazem. É o que aponta pesquisa pioneira elaborada pela Emater, Secretaria da Agricultura e Departamento de Economia e Estatística (DEE) e apresentada na feira. Os questionários foram realizados entre novembro do ano passado e janeiro de 2022. Foram ouvidas 5.103 mulheres de 461 municípios gaúchos representativos da população de mulheres rurais. Eram cerca de 250 perguntas sobre a vida delas e da pessoa com quem dividem as atividades cotidianas.
No quesito tomada de decisões, por exemplo, a participação das mulheres é de 97% quando o assunto é doméstico, 80% quando é voltado para produção e 50% quando ligado às compras de ferramentas e utensílios.
Elas também participam mais das atividades promovidas pela Emater do que os homens (68%). E em relação à pandemia da covid-19, 66% delas relataram algum impacto na saúde emocional e 40% no aspecto econômico.
— Durante a aplicação do questionário, se percebeu que muitas mulheres subvalorizavam o seu tempo despendido com afazeres domésticos, por exemplo, enquanto os homens sobrevalorizavam o seu. Ainda falta muito para alcançar a igualdade de gênero no meio rural — observa a pesquisadora do DEE Daiane Menezes, uma das responsáveis pelo trabalho.
A pesquisa surgiu de uma demanda da Emater e será encaminhada agora para os escritórios regionais de modo que cada um possa pensar em soluções para os problemas apontados.
*Colaborou Carolina Pastl