A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Preocupada em garantir a viabilidade econômica das lavouras de arroz no Estado, que é responsável por 70% da produção nacional, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz-RS) lança nesta quarta-feira (6) uma série de diretrizes aos produtores rurais. As orientações são para a safra 2023/2024, que começa a ser plantada a partir da segunda quinzena deste mês.
— Estamos buscando manter o produtor na atividade e, consequentemente, manter o abastecimento interno do país. Porque se não tiver resultado econômico, o produtor vai sair — justifica a iniciativa o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
A cultura do arroz, continua o dirigente, vem de um alto custo de produção, que aumentou, em média, 60% nos últimos dois anos. O fenômeno do El Niño, segundo ele, historicamente também diminui a produtividade em cerca de 5% a 10%.
Diante desse cenário, o compilado de estratégias busca manter a cotação do cereal alta e garantir alternativas de renda, com o plantio de milho e soja — caso a primeira opção não ocorra. Entre as diretrizes, está a manutenção da área plantada, a intensificação da rotação de culturas, a destinação de 15% a 20% da produção à exportação e a gestão eficaz.
— A decisão do plantio é individual, mas o impacto nos preços futuros do cereal é coletivo — reforça Velho.
Em relação à projeção de crescimento das exportações do cereal ainda, o presidente da Federarroz garante que não compromete o abastecimento brasileiro:
— Pelo contrário, como a área deve aumentar um pouco (em 7,5% no Estado), traz tranquilidade em relação ao abastecimento interno. Nós podemos continuar exportando e abrindo novos mercados.