Associado ao Rio Grande do Sul, pelo protagonismo do Estado, o vinho vem ampliando os seus limites geográficos de produção dentro do Brasil. Prova disso vem das inscrições para o 13º Concurso Brasileiro de Espumantes, da Associação Brasileira de Enologia (ABE), que ocorre nos dias 27 e 28 deste mês, em Garibaldi, na Serra. Um total de 505 amostras foram inscritas, representando a elaboração da bebida feita em oito Estados do país. Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo são os locais de origens dos rótulos que buscarão a distinção. A expansão do cultivo de uvas viníferas para áreas de condições climáticas diferentes foi possível graças a um trabalho de manejo diferenciado.
— Em 2001, o concurso começou com 52 amostras. O crescimento do espumante se deu de forma exponencial. É um produto que impressiona pelos níveis de qualidade — destaca Ricardo Morari, presidente da ABE.
O enólogo explica que a chamada vitivinicultura de precisão foi essencial para permitir o cultivo de videiras em áreas diferentes. Em Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, têm feito a dupla poda, resultando em uma colheita mais tardia, em junho, julho, que é um período mais seco nessas regiões. No Nordeste, o uso da irrigação permite mais de uma colheita anual.
— No espumante, é muito importante o manejo, a forma de produzir, o momento da colheita. O trabalho nos vinhedos é fundamental — acrescenta o presidente da ABE.
No concurso de espumante, mais de 50 técnicos, entre enólogos, sommeliers e jornalistas especializados, participam, divididos em sete júris, com degustações às cegas. Serão premiados os espumantes melhores classificados por categoria, respeitando o limite de 30% dos inscritos, de acordo com as normas internacionais.
A cerimônia de premiação será realizada no dia 29 de setembro. O presidente da ABE é um dos entrevistados do programa Campo e Lavoura deste domingo (24), a partir das 6h, na Rádio Gaúcha.