A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O céu em cima do pátio da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS) amanheceu mais colorido nesta quinta-feira (27), em Porto Alegre. É graças a um balão de ar quente de 28 metros que está sendo levantado pela primeira vez no local pela Associação dos Produtores Hortigrangeiros da Ceasa/RS.
Mais do que chamar a atenção, o presidente da entidade, Evandro Finkler, explica que a iniciativa quer homenagear os 1,7 mil produtores da Ceasa pelo Dia do Colono (25/7) e pelo Dia do Agricultor (28/7).
— Assim como o balão está fazendo, queremos que o agricultor continue subindo na vida — afirmou o dirigente.
Mas a homenagem se torna ainda mais significativa pelo dono do balão: um dos diversos produtores que abastece a Ceasa semanalmente com abacate, milho verde, aipim e moranga cabotiá há mais de 30 anos.
Sergio Luis Jung, de Venâncio Aires, conta que tudo começou em 2010, durante o seu tradicional deslocamento para a Ceasa, quando foi assaltado.
— Sofremos muito e aí, desde aquela época, a gente decidiu mudar o nosso estilo de vida. Começamos a trabalhar menos e curtir mais a vida.
Quando não estava na lida do campo, Sergio era frequentador assíduo do município de Torres, onde ocorre o Festival de Balonismo. E um dia, em 2011, decidiu passear em um balão, ele e a sua esposa, Lenir.
— A gente voou com um instrutor, ele subiu bem alto e desceu rápido. Quis me dar medo. Mas acontece que eu acabei gostando muito e, quando pousamos, disse para a minha esposa: "Eu vou comprar um balão" — recorda, rindo.
Sergio virou piloto de balão em 2015 e, atualmente, já soma quase 700 horas de voo. Hoje, além da agricultura, a família tira parte da sua renda com passeios com seus quatro balões sobrevoando a região do Vale dos Vinhedos.