Com uma diminuição estimada em 43% em relação à expectativa inicial de colheita na soja, as cooperativas agropecuárias do Estado reforçam o coro de preocupação com a situação dos produtores rurais diante de nova frustração de safra. O percentual foi apontado no levantamento feito pela Rede Técnica de Cooperativas (RTC) com 21 associadas no início do mês. De lá para cá, o calor se intensificou, e a chuva voltou a deixar a desejar. Como boa parte das lavouras está em um momento crucial para a definição de produtividade, novas revisões não são descartadas.
— Locais que não receberam chuvas foram prejudicados — avalia Geomar Corassa, gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da RTC.
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro-RS) emitiu um comunicado em que reforça um conjunto de ações consideradas cruciais para o enfrentamento da estiagem.
— A nota é resultado de uma reunião de conselho da Fecoagro, que demandou um posicionamento das cooperativas. O objetivo é começar a construir uma causa — explica Paulo Pires, presidente da entidade, que hoje tem eleição da nova gestão marcada.
O dirigente lembra que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quando esteve na Expodireto Cotrijal, sinalizou que o governo estava consciente das reivindicações. As perdas existem, a única indefinição é quanto ao tamanho — que só poderá ser consolidado após a colheita.
— Mas é muito importante começar a divulgar que o problema do RS é sério — contrapõe Pires.
Também pressionando por respostas aos pedidos encaminhados, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) definiu nesta terça-feira (21) detalhes da mobilização marcada para o próximo dia 30 em Porto Alegre. São esperados mais de 2 mil agricultores. Simultaneamente, uma comissão de dirigentes estará em Brasília. O presidente da entidade, Carlos Joel da Silva, explica que não houve resposta à pauta colocada tanto para o governo estadual quanto para o federal.