A importância de investir em mecanismos capazes de permitir a reserva da chuva no Estado, como forma de reduzir as dificuldades em momentos de déficit, é um ponto que tem sido destacado entre as medidas de enfrentamento à escassez hídrica no Rio Grande do Sul.
Para reforçar uma outra questão considerada crucial na equação do problema, integrantes do movimento Coalizão pelo Pampa entregaram à Comissão de Representação Externa da Assembleia Legislativa para acompanhar os efeitos da estiagem um documento em que destacam a necessidade de aproveitar o momento para abordar também a "produção" de água.
— Estamos vendo só falarem em reserva de água, novas barragens e nada sobre a produção de água, preservação de nascentes, os aquíferos. Ataca o problema da falta de água, mas não como um todo — entende o zootecnista Rodrigo Dutra, que integra a Coalização pelo Pampa.
Sem a manutenção dessas fontes, acrescenta, "as barragens não se reabastecem". O documento foi entregue ao presidente da Comissão Externa, deputado Zé Nunes (PT). O grupo pediu ainda para que possa se manifestar no processo que inclui a realização de audiência pública.
Para Dutra, uma das formas de assegurar essa preservação é via Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto pelo Código Florestal Brasileiro.
Secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann aponta que, desde 2018, existe um programa de revitalização das bacias hidrográficas do Estado, que começou pelos rios Gravataí e Sinos — com a recuperação da mata ciliar de rios e nascentes.
Segundo a titular da pasta, o projeto acaba de obter apoio para que possa ser expandido. Ela cita, ainda, o Programa de Recuperação de Áreas de Biodiversidade e o de Conservação do Solo — esse no guarda-chuva da Secretaria da Agricultura — como outras ações voltadas à manutenção das fontes de água no RS.
— E estamos em fase final de elaboração do primeiro edital para o pagamento de serviços ambientais — acrescenta.