Com a velocidade própria da inovação, o drone se multiplicou rapidamente pelas lavouras do Brasil — estima-se que sejam mais de 5 mil equipamentos em uso no país. E fez surgir a necessidade de formação para tirar proveito do que a tecnologia tem de melhor a oferecer. Uma pequena oficina de drones foi montada no estande do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado (Senar-RS) na Expodireto Cotrijal. Informações sobre modelos e usos são compartilhadas com os visitantes que passam pelo local, ajudando também a divulgar o treinamento oferecido pela instituição. Mais de 3 mil produtores gaúchos já passaram pelo curso que tem formato híbrido. São 10 horas online e quatro práticas, conduzidas na propriedade.
— No Rio Grande do Sul, está se difundindo muito essa tecnologia. No curso, aprenderá sobre a legislação, a parte operacional e a elaboração de um projeto para executar no campo — explica Vanderlei Prezotto Pinheiro, instrutor de campo do Senar-RS, formado em Ciências da Computação.
A área de cobertura, quantas baterias são utilizadas, como é o manejo de voo, preços e modelos de drones são as dúvidas que mais frequentemente aparecem nas interações durante as feiras — a próxima parada será a Expoagro Afubra. Pinheiro diz que de cada 10 pessoas que passam pelo estande, oito já têm ou pretendem adquirir o equipamento.
— É uma tecnologia que está modificando a realidade do campo. É como ver um menino prodígio jogando futebol, a gente sabe que vai dar certo — compara o instrutor.
Superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli diz que, certamente, no galpão do produtor haverá um drone junto com o trator, a colheitadeira. E completa:
— Nosso papel é que essa pessoa esteja preparada para usar o drone assim como o trator.
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) já soma 20 empresas associadas e tem a meta de chegar a cem até o final deste ano. A entidade deve dar início, na próxima semana, ao primeiro curso de treinamento para uso do drone pulverizador — é credenciada pelo Ministérioda Agricultura para essa tarefa.
— É um negócio que explodiu. Tem uma pegada de inovação e atende a um público que está procurando uma solução — avalia Gabriel Colle, diretor-executivo do Sindag sobre o rápido avanço da tecnologia no Brasil, único país com regulamentação de uso na agricultura.
A Anac é órgão responsável pelo controle da atividade.